22 de maio de 2013

Imigrantes, Exilados e Refugiados


Imigrantes, Exilados e Refugiados

Linha de Trabalho Incidências subjetivas e sociais das mudanças de país, língua e cultura.

Coordenação Ana Costa e Jaime Betts



Reunião preparatória para a III Jornada do Instituto APPOA – Psicanálise e Intervenções Sociais: Desamparo e Vulnerabilidades

Data: 01 de junho, sábado, às 10 horas (aberta aos interessados)
Convidamos, a participar do encontro, aqueles que se sintam convocados pelo tema, que será trabalhado em parceria com colegas da Sigmund Freud - Associação Psicanalítica (SIG) e da ASAV/ACNUR.

O debate será iniciado com as intervenções de Ana Costa (Instituto APPOA), Bárbara Conte (Sig), Alexei Indursky (Sig), Daniela Feijó (Sig) e Aline Passuelo (Associação Antonio Vieira/Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados ASAV/ACNUR) e mediação de Ângela Becker (Instituto APPOA).

Imigrantes, exilados e refugiados sempre existiram na história da humanidade. Entretanto, a globalização traz dentre suas consequências uma intensificação cada vez maior do deslocamento das pessoas ao redor do planeta.
Imigrantes, exilados e refugiados – os estrangeiros, os diferentes, os de outra tribo – são alvos preferenciais da hostilidade e até mesmo ódio de parte dos que são da terra. Por quê?
Cada língua viva constrói uma cultura específica para aqueles que a compartilham, construção que implica uma violência simbólica que determina o que fica excluído da mesma como tabu.  Quando uma cultura entra em contato com outra, o que é tabu para uma não necessariamente é tabu para a outra. Quando o que é proibido de um lado é exposto pelo outro, o mal-estar se intensifica e a hostilidade se deflagra no laço social.
Quanto mais se recusa a violência simbólica fundadora de uma cultura e se atribui a mesma ao estrangeiro, mais a intolerância se instala e a violência real eclode nos corações e mentes dos ‘estrangeiros de si mesmos’ que convivem.
O capitalismo globalizado, marcado pela tendência à dissolução de vínculos e desigualdades nos espaços ocupados pelos grupos que se deslocam e cruzam fronteiras, vem realizar em escala planetária o mito da Torre de Babel, mito no qual a construção da torre (metáfora da construção da vida em sociedade) é interrompida pela confusão de línguas, que tornou o entendimento e o convívio no conjunto de seus construtores impossível. Afinal, a torre pertence a quem? Diante do sofrimento subjetivo compartilhado no laço social cabe perguntar: quais as intervenções possíveis compatíveis com a ética da psicanálise quando se cruza a fronteira de uma língua?

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