7 de janeiro de 2014

Matéria sobre o Projeto Clínicas do Testemunho

Clínicas do Testemunho atendem aos ex-prisioneiros da ditadura

As Clínicas consistem no atendimento psicológico, psiquiátrico e psicanalítico a vítimas de torturas e outros tratamentos cruéis nos presídios ditatoriais.



 
 
 
 
 
Dermi Azevedo
Divulgação

 

Dezenas de ex-presos políticos da ditadura civil-militar de 1964-1968 estão sendo atendidos há seis meses pelas Clinicas do Testemunho, mantidas pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em parceria com o Instituto Projetos Terapêuticos de São Paulo.



As Clinicas do Testemunho consistem no atendimento psicológico, psiquiátrico e psicanalítico a homens e mulheres que foram vitimas de torturas e de outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes nos presídios ditatoriais. 



Esses pacientes são atendidos de forma gratuita pelos profissionais de saúde mental. As atividades das clínicas incluem conversas públicas para a apresentação da metodologia de trabalho. Em um primeiro momento, essas clinicas estão em funcionamento em São Paulo (com o apoio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e também no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e em Recife. 



A sociedade civil de outros Estados está também articulando a implantação dessas conversas públicas e das clínicas.



Como participar
Para participar das Clínicas do Testemunho, os ex-perseguidos políticos precisam fazer uma inscrição, preenchendo um formulário. Recebem um número de identificação e um documento oficial que garante o sigilo de seus dados pessoais. Em São Paulo, por exemplo, as clínicas estão funcionando no Instituto de Psicologia Sedes Sapientiae, ligado à PUC-SP.



Argentina
A experiência mais avançada de atendimento psicológico aos ex-presos das ditaduras na América Latina, principalmente aos homens e mulheres que foram vítimas de torturas, acontecem na Argentina. Nesse sentido, estão sendo realizados contatos intensivos entre os profissionais brasileiros e argentinos.



No inicio dos atendimentos, esses especialistas constatam as graves sequelas das torturas sobre os ex-presos políticos e sobre seus familiares. Isso acontece mesmo depois de muitos anos da efetivação desse crime por parte dos civis e militares que agiam a serviço das ditaduras. Em muitos casos, o atendimento psicológico é a última e a única saída encontrada pelos militantes da resistência democrática para conviverem com os fantasmas do arbítrio ditatorial.



A realização dessa experiência das Clinicas do Testemunho é do conhecimento da presidente Dilma Rousseff, ela mesma ex-prisioneira politica e submetida à tortura durante a sua militância contra a ditadura na região Sudeste. O governo federal planeja, através da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, planeja implantar as clínicas em todos os Estados.


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